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Amplitude da discussão sobre biodiversidade

Novamente as reportagens do Boletim Biota Highlights transitam pela amplitude da discussão sobre biodiversidade: de temáticas de alcance mundial à diversidade de seres em seus micro ambientes passando pela necessidade urgente de interligar informação de qualidade e tomada de decisões sobre as questões ambientais.

Mundialmente, a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) lança seu Marco Conceitual, procurando envolver diferentes compreensões sobre os aspectos relacionados à biodiversidade. Co-produção, co-construção, interdisciplinaridade, sinergia e engajamento significativo de diferentes sistemas de conhecimento são algumas das ideias principais a partir das quais os conceitos como natureza e boa qualidade de vida (entre outros) foram construídos.

Regionalmente, a aprovação e ratificação pelo governador do estado de São Paulo da regulamentação estadual do Código Florestal gera preocupação. A carta redigida por 6 pesquisadores questiona exatamente a base de princípios – voltada exclusivamente para o agronegócio – que tem orientado a tomada de decisão política no campo da legislação ambiental nos últimos anos tanto no estado como no país. E como tal orientação tem provocados reveses graves na legislação atual e inviabilizado a participação do Brasil em acordos internacionais como o Protocolo de Nagoya.

Enquanto isso, pesquisadores se utilizam do mosaico de ocupações do solo das Estações Experimentais para estudos de manejo e restauração florestal, atividades de ensino e avaliação do impacto de diferentes cultivos na qualidade e quantidade de água de microbacias. Contribuindo, dessa forma, com a pesquisa em conservação, usos sustentável e restauração da biodiversidade que a comunidade científica da área espera que passem a ser mais utilizados como suporte para a tomada de decisão política.

Borboletas, mariposas, ácaros e fungos são os focos dos três projetos vinculados ao Programa Biota apresentados neste número.

Borboletas e mariposas compõem um grupo estudado desde os primeiros projetos aprovados na criação do Biota/Fapesp em 1999. Projetos que se complementam e se encaixam e seguem fortalecendo as pesquisas em monitoramento, diagnóstico e restauração de comunidades desses animais.

O diversidade espantosa de ácaros que vivem em penas é o foco de uma das reportagens, enquanto outra mergulha no mundo invisível da microbiota e seus pequeninos ecossistemas juntamente com o projeto “Biodiversidade das espécies toxigênicas de Aspergillus no Brasil: ocorrência, taxonomia polifásica e distribuição”.

por Paula Drummond de Castro e Érica Speglich

Editoras do Boletim Biota Highlights