A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) realizou na semana passada em Bogotá, Colômbia, a primeira reunião para a avaliação regional-Américas. A reunião foi organizada pela Secretaria do IPBES e pelo Instituto Alexander von Humboldt, que é a Unidade Técnica de Apoio a este diagnóstico.
Cerca de 80 especialistas de diversos países se reuniram para iniciar o levantamento do estado do conhecimento sobre as interações homem-natureza no contexto da biodiversidade e serviços ecossistêmicos nas Américas, para o qual o continente foi dividido em sub-regiões: América do Norte (Canadá e Estados Unidos), Mesoamérica (do México ao Panamá), Caribe e América do Sul. Além dos encontros regionais, cujo calendário pode ser conferido aqui, haverá ainda uma Avaliação Temática sobre Degradação e Restauração, que será a última desta série e acontecerá em Bonn, Alemanha, em setembro próximo.
Dentre o grupo reunido em Bogotá, o Brasil esteve representado pelos seguintes especialistas: Cristiana Simão Seixas (NEPAM/UNICAMP), que é uma das 3 coordenadoras do diagnóstico das Américas, Adriano Paglia (UFMG), Fabio Scarano (UFRJ e FBDS), Helder Queiroz (Instituto Mamirauá), Mercedes Bustamante (UnB), Nathan Vogt (IPAM), Tatiana Gadda (UFPR) e Juliana Farinacci, pós-doc do INPE que foi selecionada pelo Programa Young Fellows da IPBES. Ainda fazem parte do grupo, mas não puderam participar desta 1ª reunião, Jean Paul Metzger (IB/USP), Jean Ometto (INPE), Ricardo Rodrigues (ESALQ/USP) e Silvia Ziller (Instituto Hórus).
As avaliações visam fortalecer a interface ciência-política sobre o tema biodiversidade, bem como as funções e os serviços ecossistêmicos dos ambientes, e chegar a um consenso sobre a situação global, aos moldes dos relatórios do IPCC, para, posteriormente, cada país tomar decisões políticas embasadas na ciência. Por isso, os dados biológicos já publicados precisam ser entendidos a partir dos problemas econômicos, culturais e sociais da região.
Segundo o professor titular do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp e membro do Painel Multidisciplinar de Especialistas (MEP) da IPBES, Dr. Carlos Joly, a reunião em Bogotá foi apenas a primeira e os pesquisadores estão na fase de definir as Unidades de Análise ao longo da Região Américas, os indicadores e as métricas que serão utilizadas para definir o status da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos na região. A meta é que se tenha as avaliações regionais no prazo de dois anos e depois, para março de 2019, se tenha o documento global a partir do qual os 124 países signatários da plataforma, dentre eles o Brasil, traçarão suas novas rotas de políticas ambientais.
Mais detalhes:
Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
Reportagem local: El espectador – “Un consenso por la biodiversidad mundial”
El espectador – “Primer vistazo a la biodiversidad en América”