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Sinbiota agora é parte do maior Banco de Dados Internacional sobre Biodiversidade: GBIF

 

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A partir de outubro deste ano, o Sistema de Informação Ambiental do Programa Biota/FAPESP (SinBiota) passa a integrar o banco de dados internacional sobre biodiversidade: o Global Biodiversity Information Facility (GBIF).

Disponível online desde 2001, o SinBiota atualmente registra mais de 124 mil espécimes coletadas, sendo a maior parte (70,5%) espécimes terrestres. É um sistema que foi desenvolvido com o objetivo de integrar informações geradas pelos pesquisadores vinculados ao Programa Biota e relacioná-las a uma base cartográfica digital de qualidade. Uma vez que o acesso ao sistema é livre e gratuito, o Programa Biota promove mecanismos de difusão de informação sobre a biodiversidade paulista para a comunidade científica, tomadores de decisão, formuladores de políticas ambientais e educadores.

Um importante produto deste banco de dados é o livro “Diretrizes para Conservação e Restauração da Biodiversidade no Estado de São Paulo”, lançado em 2008 pelo Instituto de Botânica (Secretaria do Meio Ambiente/SP) e pela FAPESP. Este livro contém dados biológicos (fauna e flora) sobre mais de 90 mil fragmentos de vegetação remanescente em São Paulo e só foi possível graças aos pesquisadores de várias instituições, apoiados pelo Programa Biota, que apontam áreas em todo o Estado consideradas prioritárias para ações de criação ou ampliação de unidades de conservação. A base de dados deste trabalho está no SinBiota.

Em uma escala internacional, o GBIF tem objetivos semelhantes, já que seu banco de dados fornece subsídios para tomadas de decisão nas áreas de conservação e uso sustentável dos recursos biológicos. O GBIF é a maior base de dados sobre ocorrência e distribuição de espécies, pois reúne dados de coleções biológicas (p.ex. museus, herbários) de praticamente todo o mundo.  Segundo o coordenador do Programa Biota e professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), prof. Carlos Joly, “do ponto de vista acadêmico, a reunião de um grande conjunto de dados sobre ocorrência (baseado em vouchers – exsicatas ou exemplares) de determinado grupo taxonômico permite um salto qualitativo no estudo de distribuição geográfica que, posteriormente associado a ferramentas moleculares, pode elucidar os mecanismos de evolução dos grupos. No caso de espécies invasoras, as ocorrências são uma fonte importante para determinar a gravidade da situação.”

Os dados depositados no GBIF seguem um padrão de organização denominado Darwin Core, que é o mesmo usado no SinBiota. Com isso, foi possível o compartilhamento dos dados com o GBIF, e o Programa BIOTA/FAPESP passou então a ser reconhecido como a fonte responsável pela precisão das informações, sendo o crédito da informação sempre do pesquisador que a produziu.

De acordo com Tiago Duque Estrada, da equipe do Programa Biota, o processo para que essa integração fosse possível foi trabalhoso e levou mais de um ano. Foi necessária a instalação da plataforma Integrated Publishing Toolkit (IPT), desenvolvida pela equipe do GBIF, e, posteriormente, o mapeamento do banco de dados do SinBiota, sendo cada um deles designado para o campo apropriado no IPT.  Contudo, a importância desta conexão é indiscutível, pois ao conectarmos os dados do SinBiota ao GBIF estamos proporcionando aos pesquisadores do Biota ferramentas para o avanço acadêmico de suas pesquisas e, simultaneamente, dando maior visibilidade internacional às pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa ”, como explicou Carlos Joly.