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Biota Descoberta – Plano Estratégico de Ação do Programa Biota/Fapesp

BIOTA Descoberta

Desde a sua criação, o Programa Biota centra esforços no preenchimento de lacunas de conhecimento que são fundamentais para o entendimento da biodiversidade. Entende-se por conhecimento fundamental aquele relacionado à descrição e à compreensão do funcionamento dos sistemas biológicos em todos os níveis de organização – dos genes aos ecossistemas e às paisagens – incluindo os produtos do metabolismo celular. Considera-se aqui diferentes sistemas de conhecimento, uso e valoração da biodiversidade, incluindo, em particular, o conhecimento tradicional, indígena ou local. Há que se ressaltar que essas lacunas de conhecimento assumem uma dimensão ainda mais preocupante quando se considera a velocidade com que nossos biomas vêm sendo destruídos e a crescente quantidade de espécies extintas ou ameaçadas de extinção.

Com os avanços da tecnologia e o barateamento dos custos relacionados ao sequenciamento de genomas, observa-se um incremento na descoberta e na descrição de espécies, em especial daquelas mais crípticas, evidenciando que mesmo para os biomas mais estudados ainda há uma parcela considerável da biodiversidade totalmente desconhecida. A maior capacidade de acessar os dados da biodiversidade a partir da incorporação das chamadas técnicas ômicas (ex., genômica, transcriptômica, proteômica, metabolômica) traz um novo olhar para as relações entre espécies, em particular as endosimbioses (quando um organismo vive em simbiose no interior das células de outro organismo) e seu papel na dinâmica dos ecossistemas e na sua capacidade de responder ou suportar distúrbios, ou seja, na resiliência dos ecossistemas.

Essas informações são fundamentais para subsidiar ações de conservação e restauração, promovendo o uso sustentável e a valorização da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, sendo, portanto, essenciais para a sustentação dos demais eixos temáticos do Biota 2030.

Objetivo Principal

Entender e conhecer a biodiversidade, biológica, química e espacialmente, gerando subsídios para o seu monitoramento e para ações de conservação, restauração e uso sustentável.

Desafios a serem superados
  • Caracterização da biodiversidade brasileira em diferentes níveis de organização biológica, escalas espaciais e temporais;
  • Compreensão dos processos geradores (evolutivos) e mantenedores (ex., fisiológicos, auto-ecológicos, ecológicos) da biodiversidade;
  • Conhecimento dos mecanismos que regulam o funcionamento dos ecossistemas, de forma a permitir a modelagem das alterações causadas por ações antrópicas;
  • Compreensão da importância da biodiversidade para o sistema socioecológico;
  • Definição de indicadores para avaliar o status de conservação de espécies, habitats e ecossistemas;
  • Desenvolvimento de novas estratégias e ferramentas para a documentação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos;
  • Desenvolvimento e análise de cenários e modelos de biodiversidade e serviços ecossistêmicos que subsidiem ações de conservação, restauração e uso da biodiversidade.
Ações
  • Apoiar projetos focados no entendimento dos processos geradores e mantenedores da biodiversidade, incluindo pesquisas em taxonomia, sistemática, ecologia, microbiologia, química de produtos naturais, entre outros;
  • Promover o contínuo aperfeiçoamento técnico e a alimentação do Sistema de Informações do Programa Biota, o Sinbiota https://sinbiota.biota.org.br/) e do Atlas Biota https://sinbiota.biota.org.br/ atlas/), além da criação, manutenção e aperfeiçoamento de bancos de dados moleculares (ex., químicos, extratotecas, ômicos) da biodiversidade;
  • Subsidiar políticas públicas e estratégias de conservação in situ, especialmente pensando em pesquisas que suportem planos de manejo de Unidades de Conservação ou no planejamento de redes de conservação.
Metas
  • Lançar pelo menos uma Chamada Biota Descoberta a cada dois ou três anos voltada ao entendimento dos processos geradores e mantenedores da biodiversidade (incluindo áreas como taxonomia, sistemática, ecologia, microbiologia, botânica, zoologia, química e farmacologia de produtos naturais, dentre outras) e/ou ao conhecimento tradicional em biodiversidade;
  • Atrair pelo menos dois projetos de jovens pesquisadores por Chamada Biota Descoberta para as áreas relacionadas ao conhecimento fundamental em biodiversidade;
  • Estabelecer, até 2030, pelo menos duas novas parcerias com agências nacionais ou internacionais voltadas para o estudo, conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade, em particular em Unidades de Conservação e/ou em suas zonas de amortecimento;
  • Estabelecer pelo menos duas novas parcerias com agências nacionais ou internacionais, focadas no registro e proteção do conhecimento tradicional em biodiversidade.

 

 

Para mais informações, acesse o Plano Biota 2030 completo.

 

Principais objetivos, ações e metas de cada um dos cinco eixos temáticos do Plano Biota 2030.