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OpenScience, ciência cidadã, ciência para todos

O final de 2015 e início de 2016 e suas urgências (o desastre ambiental na Bacia do Rio Doce, a emergência do Zika vírus, a verificação de 2015 como o ano mais quente da história) afloram as discussões e posicionamentos de cientistas frente a diferentes formas de pensar, fazer e dizer sobre ciência.

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GEVA – Grupo de Ecologia Vegetal Aplicada, da Universidade do Sagrado Coração, Bauru (SP) – (c) Marcos Siqueira


OpenScience”, “ciência cidadã” e “ciência para todos” são apenas alguns dos movimentos que vem surgindo ao longo do tempo e que têm em comum a busca da valorização de uma ciência que se volte às necessidades do mundo, não apenas no sentido de uma aplicabilidade mas principalmente no sentido de construção de pensamentos que auxiliem no enfrentamento de questões emergentes. E uma produção científica mais acessível, seja ao público em geral por meio da divulgação e educação em ciências, seja dentro da própria comunidade acadêmica numa troca mais aberta de dados e discussões.
O Boletim Biota Highlights desde início de outono de 2016 traz diferentes experiências que possuem como foco a troca e construção conjunta entre cientistas e a divulgação e educação em ciências.
Fruto da quarta plenária da IPBES (plataforma internacional que reúne pesquisadores e formuladores de políticas públicas de mais de 100 países) são destaque neste número do Boletim: o relatório direcionado a formuladores de políticas públicas sobre as consequências da extinção de polinizadores elaborado por cientistas do mundo todo e a chamada da Plataforma para pesquisadores e jovens pesquisadores interessados em participar da avaliação global sobre a biodiversidade e sobre seu uso sustentável.
Outro destaque é o GIAIA – Grupo Independente de Avaliação do Impacto Ambiental da Bacia do Rio Doce. A partir deste número, o Boletim Biota Highlights acompanhará os trabalhos que estão sendo realizados no âmbito do GIAIA. A proposta é divulgar, dentro da comunidade acadêmica de pesquisa em biodiversidade, as possibilidades de inserção e trabalho conjunto entre pesquisadores do Programa Biota e do GIAIA, assim como as demandas e necessidades de análise de dados e de discussões apresentadas pelo GIAIA.
Na busca por uma divulgação mais ampla das pesquisas e questões relacionadas à biodiversidade, ressalta-se a parceria recém firmada entre o Programa Biota e o projeto Ciência na Rua de divulgação científica e a chamada para novos projetos na área de Educação para Biodiversidade.
Também fazem parte deste número notícias sobre dois projetos em andamento dentro do Programa Biota, um sobre o complexo e controverso grupo dos Mixozoários nos peixes amazônicos e suas implicações na produção de alimentos e no mercado de peixes de aquários; e outra reportagem sobre a estrutura genética da Copaíba e suas relações com a conservação e manejo desta espécie.
Encerra o número a divulgação de uma entrevista de Carlos Joly, coordenador do Programa, ao Jornal da Ciência da SBPC, sobre o Marco da Biodiversidade (Lei nº 13.123/2015) sancionado em maio de 2015 e que ainda não foi publicada, regulamentada e não entrou em vigor e a crise orçamentária que afeta a pesquisa no país.