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Vídeo traz balanço de quatro anos de trabalho em etnobotânica participativa

sabonete

Os objetivos e ideias iniciais do projeto “Etnobotânica Participativa: conservação e desenvolvimento local no Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, Ubatuba, SP, Brasil” já foram publicadas no portal do Programa Biota em 2016 (veja a reportagem completa). Três anos depois, os conhecimentos e experiências resultantes dos encontros e atividades realizadas neste projeto são sistematizados em um vídeo que acaba de ser lançado no Canal do YouTube do Biota.

O projeto se fundamenta na valorização de todos os conhecimentos que existem e circulam nas comunidades quilombolas da Fazenda e Cambury no Parque da Serra do Mar, sejam eles da academia ou dos moradores locais. Fundamenta-se, também, em processos de pesquisa participativa que valorizam o encontro entre esses conhecimentos para a criação de estratégias de conservação locais, estruturadas e relevantes.

Até o momento o projeto envolveu doze pesquisadores de diferentes universidade, diversos estudantes de pós graduação e 5 moradores locais que se engajaram como pesquisadores ativos e se formaram em cursos de capacitação em botânica e antropologia oferecidos pela universidade.

Entre as produções do projeto de Etnografia Participativa estão três vídeos e dois livretos. Na imagem, a capa do vídeo Raízes da Resistência.

Além disso, muitos moradores participaram das diversas reuniões e oficinas promovidas desde 2015 nas duas comunidades. A reuniões tiveram como foco o levantamento etnobotânico com trocas de saberes entre universidade e comunidade e o conhecimento de outros materiais e projetos para que os moradores pudessem construir as suas ideias e mostrar seus conhecimentos. Já as oficinas realizadas entre 2016 e 2017 tiveram como objetivo a confecção de cosméticos naturais com plantas aromáticas existentes, além do aprendizado sobre o plantio de mudas com informações sobre semeadura, transplante e construção de espaços adequados. As oficinas continuam até o momento, ano de 2019, com a proposta de que os moradores possam começar a trabalhar com a extração, uso e comercialização de óleos essenciais. Para o futuro, a proposta é conseguir o “selo verde” para os produtos comercializados.

Um objetivo para um futuro próximo é a finalização do documento de manejo de espécies de interesse medicinal e comercial, criado a partir dos dados coletados no projeto. A conservação das espécies de interesse foram avaliadas a partir de dados ecológicos e etnobotânicos e categorizadas conforme ao risco de uso (espécies com necessidade de plano emergencial de conservação, espécies que podem ser utilizadas com moderação e espécies sem risco). Essa categorização auxiliará na elaboração do plano de manejo e utilização para fins comerciais, com autorização dos gestores do Parque Estadual da Serra do Mar.

Outros materiais publicados pelo projeto:

Livretos
Quilombo do Cambury, saberes e tradições
O uso das plantas pelo Quilombo da Fazenda – Sabedorias e Tradições

Vídeos
Herança quilombola
Raízes de resistência
Etnobotânica participativa