Scroll Top

Carta Aberta ao Presidente Temer do coordenador do Programa Biota/FAPESP

Prof. Carlos Joly, coordenador do Programa Biota/FAPESP, expressa ao Presidente Michel Temer seu total apoio à iniciativa conjunta dos Ministérios da Defesa e do Meio Ambiente para ampliar a proteção às áreas marinhas e oceânicas sob jurisdição brasileira.

[divider scroll_text=”SCROLL_TEXT”]

Campinas, 08 de Fevereiro de 2018

Excelentíssimo Senhor Presidente,

 

Como Coordenador do Programa BIOTA/FAPESP, um Programa que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo/FAPESP mantém há mais de 18 anos e é hoje uma referência internacional de qualidade de pesquisa na área de conservação, restauração e uso sustentável da  biodiversidade brasileira, tomo a liberdade de escrever-lhe para manifestar meu total apoio à iniciativa conjunta dos Ministérios da Defesa e do Meio Ambiente para ampliar a proteção às áreas marinhas e oceânicas sob jurisdição brasileira. Como um dos cinco representantes da América Latina e Caribe no Painel Multidisciplinar de Experts da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), tenho participado ativamente das discussões internacionais sobre o tema. Durante a elaboração do Diagnóstico de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos das Américas, que será submetido à aprovação na 6a Plenária do IPBES de 17 a 24 de março de 2018 na cidade de Medelin/Colômbia, concluímos que é imperativo ampliarmos significativamente as áreas marinhas e oceânicas de proteção à biodiversidade e serviços ecossistêmicos.

Sem dúvida as 3 áreas escolhidas – arquipélago de São Pedro e São Paulo, Cadeia de Montes Submarinos Vitória-Trindade e Arquipélagos de Trindade/Martim Vaz – são um passo inicial de fundamental importância na expansão das Unidades de Conservação Marinhas, dada a importância biológica (vide artigo recentemente publicado pelo renomado periódico PlosOne – http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0118180) e a forte pressão antrópica que vêm sofrendo, como a sobrepesca e a mineração.

Entendemos que esta proposta é o início de um processo de ampliação das UCs marinhas, que deve ter continuidade no futuro imediato com a inclusão de outras áreas, visando ampliar a representatividade de forma a cumprir integralmente os compromissos que o Brasil assumiu em Aichi.

Certo de contar com o apoio de Vossa Excelência para o sucesso desta iniciativa, já colocada para consulta púbica pelo ICMBio, subscrevo-me

 

Atenciosamente,

 

Carlos Alfredo Joly

Coordenador do programa BIOTA/FAPESP

Universidade Estadual de Campinas/Unicamp