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IX Reunião de Avaliação do Biota

A cada três anos os projetos em andamento ou recentemente finalizados dentro do Programa Biota se apresentam para um Comitê de Avaliação formado por pesquisadores do exterior. Neste ano, a reunião ocorreu entre os dias 04 e 06 de dezembro e reuniu 30 projetos.
Como em todas as reuniões de avaliação, o ponto central é a integração entre projetos e pesquisadores que podem se conhecer melhor e, assim, construir possibilidades de trabalho conjunto e troca de informações.

Conservação e desenvolvimento local

Dois projetos tiveram como foco a conservação e o desenvolvimento local. Um deles com a experiência de trabalhar com etnobotânica participativa no Parque da Serra do Mar.

Outro com a proposta de analisar, conjuntamente com comunidades locais, a evolução dos acordos para a conservação e manejo dos ecossistemas, como foco nas interações sociais dos grupos, uso de conhecimentos tradicionais e monitoramento de variáveis que contribuem para a auto-organização dessas comunidades.

 

Saúde pública e biodiversidade

As ligações entre biodiversidade de mosquitos e presença de arboviroses em áreas naturais de grandes centros urbanos é um dos projetos que busca interligar as relações entre biodiversidade e saúde pública. O segundo projeto analisa os efeitos da fragmentação das paisagens e a distribuição e emergência da malária nas diferentes regiões do Brasil. E o terceiro, a diversificação molecular da malária aviária na Mata Atlântica.

 

Paisagens e restauração

A partir da demanda sempre presente de como colocas a ciência a serviço da definição de políticas públicas, um dos projetos apresentados propõe o envolvimento de cientistas e não cientistas na discussão e implementação das políticas de restauração e definição das reservas legais do estado de São Paulo. Um segundo projeto diz respeito a estratégias para a restauração ecológica de florestas ciliares antropizadas nas dimensões científica, econômica e de políticas públicas. E o terceiro projeto desta área, analisa como os serviços ecossistêmicos são modulados pela estrutura da paisagem, com foco na disponibilidade de água, polinização, doenças que atacam animais e controle de pragas.

 

Microorganismos e Microalgas

Os microorganismos encontrados em dois ambientes distintos do zoológico de São Paulo, são estudados por meio da metagenômica. Já as microalgas de água doce são foco de um aprimoramento de técnicas para sua identificação e criopreservação, o que representa um avanço para a conservação ex-situ desses organismos.

 

Invertebrados

Reconstrução filogenética do Filo Gastrotricha  é a porta de entrada para a análise da meiofauna e seu papel no ciclo de nutrientes e no fluxo de energia dos níveis tróficos inferiores para os superiores.

E a ecologia de interações, ecologia comportamental e biologia molecular de formigas neotropicais é o foco de outra pesquisa que analisa, entre outras coisas, a influência da presença de formigas nas plantas na relação com a visitação por polinizadores. Dentro deste projeto foi publicado, neste ano, o livro Ant-Plant Interactions: Impacts of Humans on Terrestrial Ecosystems.

 

Vertebrados

Os anfíbios são o foco de três projetos e os peixes de dois entre os sete dedicados ao estudo de vertebrados e suas interações no ambiente. As temáticas de estudam versam sobre filogeografia comparada, filogenia, modelagem paleoclimática, taxonomia e processos ecológicos e evolutivos na estruturação das comunidades de animais. As metodologias de estudo variam do inventário tradicional às técnicas de DNA ambiental.

Destaca-se um dos frutos do projeto “Estrutura e comunidade de rios e riachos na Bacia do Rio Itanhaém”: um trabalho com professores e estudantes da cidade e a produção de um material de formação.

Além disso, dois projetos estudam as consequências ecológicas da defaunação – isto é, o impacto do desaparecimento dos grandes mamíferos (por caça ou fragmentação) na dispersão de grandes sementes e, consequentemente, a reposição de grandes árvores – e os serviços ecossistêmicos de frutos e frugívoros invasores.

 

BIOprospecTA

Foram seis os projetos apresentados dentro da área da Bioprospecção. Abordagens diferenciadas para a prospecção sustentável de produtos em animais marinhos, busca por novos agentes terapêuticos obtidos de bactérias simbiontes de invertebrados brasileiros,  metabolismo e distribuição de xenobióticos naturais e sintéticos, análise dos componentes metabólicos da biodiversidade em ilhas do Brasil e dos metabólitos secundários de Asteraceae foram os temas estudados.

Também houve a apresentação do Banco de Dados do Núcleo de Bioensaios , Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos naturais, que congrega as informações sobre as avaliações de plantas, incluindo plantas medicinais tradicionais, extratos marinhos e endofíticos, usando bioensaios preliminares para detectar e isolar drogas potenciais para uma série de doenças. A grande vantagem do banco de dados é a facilidade de identificação de quais as famílias e espécies mais estudadas, quais os estudos que estão se sobrepondo e quais as áreas ainda sem estudo.

 

Biota-NSF Dimensions e Fapesp-RCUK

Seis projetos foram contemplados nas chamadas integradas, cinco com a NSF (Dimensions of Biodiversity) e um com Reino Unido.

Com a perspectiva de integrar diferentes dimensões da biodiversidade, os projetos financiados em parceria com a NSF tratam da Diversidade microbiana ao longo de áreas de alteração do uso da terra em florestas tropicais, da evolução do veneno de cobras e sua função em diferentes níveis de biodiversidade, da estrutura e evolução da Amazônia,  modelos de predição de biodiversidade para Floresta Atlântica e da interação entre as espécies pela perspectiva da química, com foco em compreender como o sistema multitrófico inseto-planta-parasitoide é influenciado pelas interações químicas.

Em parceira com o Reino Unido, o projeto em andamento busca predizer os padrões geográficos da diversidade e, com isso, se munir de elementos para enfrentar as mudanças ambientais rápidas que estão ocorrendo.

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