“Troca ou discussão de ideias, de opiniões, de conceitos, com vista à solução de problemas, ao entendimento ou à harmonia; comunicação“. Baseadas no preceito do diálogo, apresentamos o 20° número do Boletim Biota Highlights. O esforço em trocar ideias acerca da conservação e uso sustentável da biodiversidade entre povos, governos, grupos de interesse, cientistas, cidadãos tem se mostrado cada vez mais crucial para o sucesso da conservação. É entender e fazer-se entender.
A matéria “Valores da Natureza” traz os avanços recentes dos diálogos sobre conservação da natureza que comportam múltiplas visões de mundo. Captar os diferentes valores que as pessoas atribuem à natureza e incluir este elemento no debate sobre a sustentabilidades dos recursos naturais é um avanço na busca de um diálogo mais equitativo, eficiente e norteado pela não dominância de uma visão de de mundo sobre as demais. Pautar a qualidade de vida por meio das “contribuições da natureza para o homem”, tem sido um caminho fecundo.
O Brasil lançou em fevereiro (2017) a sua versão nacional da Plataforma Brasileira sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES). A Plataforma Brasileira pretende reunir o conhecimento disponível e de ponta para elaborar o primeiro Diagnóstico Brasileiro sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do Brasil. Para garantir que o Diagnóstico possa apoiar as ações dos tomadores de decisão a BPBES pretende estabelecer diálogo e incorporar as contribuições decorrentes de discussões com diversos grupos focais envolvidos com as questões de biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Leia mais em “Construindo pontes entre ciência da biodiversidade e tomada de decisão“.
A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) realizou em março deste ano sua plenária anual em Bonn, Alemanha. A plataforma já recrutou mais de 1300 especialistas voluntários em todo o mundo para realizar seus diagnósticos que subsidiem a tomada de decisão. Em 2016 foram lançados dois relatórios (um sobre polinizadores e outro sobre modelos e cenários sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos). Atualmente estão em andamento um diagnóstico global, quatro regionais e mais um sobre degradação do uso da terra. Entretanto ajustes e corte nos orçamentos anuais preocupam os países membros da Plataforma. Leia mais em”Preocupação à vista“.
Como parte do processo de elaboração dos diagnósticos do IPBES, foi aberta a segunda rodada de revisão dos diagnósticos regionais e a primeira rodada de revisão do sumário para elaboradores de políticas. Assim, pesquisadores, tomadores de decisão, profissionais da área, lideranças indígenas e detentores de conhecimento popular são convidados a reforçar a interface entre ciência e política em biodiversidade. Para saber como contribuir com sua especialidade em “IPBES convida para revisão de relatórios“.
Uma experiência de sucesso em comunicar resultados da ciência é relatada pelo projeto PELD/CNPq “Estrutura e dinâmica de comunidades em rios e riachos costeiros da Mata Atlântica Bacia do Rio Itanhaém”, executado pelo Dr. Antonio Camargo (UNESP/Rio Claro). Divulgar as pesquisas acadêmicas, seja diretamente para o público, seja para trabalhos dentro de ambientes escolares, é um desafio que cada vez mais se coloca como essencial nas universidades. Conheça mais sobre este processo na matéria “Educação, divulgação e pesquisa se entrelaçam em Itanhaém“.
No âmbito dos projetos Biota apresentamos a pesquisa de Thais Diniz-Reis (CENA/USP) cujo foco principal foi investigar a estrutura da cadeia alimentar do lobo-guará em paisagens agrícolas no estado de São Paulo. A pesquisa usa um método de isótopos estáveis, considerado pouco invasivo. Seus resultados revelam presas bem diversificadas em uma áreas espacialmente bem distribuída. Leiam mais em “Dieta do lobo-guará em paisagem agrícola“.
Aproveitem e dialoguem mais sobre ciência e seus públicos!
Por Paula Drummond de Castro e Érica Speglich