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Inovação em metodologias e pensamentos para o futuro

Muitas vezes na pesquisa científica, a grande contribuição não é está apenas nos resultados e discussão obtida, mas também na forma de se chegar a estes produtos. A inovação metodológica é um passo importante para o avanço da ciência e abre possibilidade de se responder velhas questões e de se abrir novos horizontes.

Neste Boletim nos deparamos com pesquisas que inovam em suas formas de fazer. Nesse caminho, metodologias utilizadas em outras áreas do conhecimento ou para a pesquisa sobre outros grupos de organismos podem servir de inspiração e modelo para o desenvolvimento dessas outras (por vezes novas) formas de fazer pesquisa.

No artigo “Procuram-se espécies desaparecidas” os pesquisadores utilizam técnicas de DNA ambiental (detectando fragmentos de material genético no meio ambiente) para verificar a presença de espécies de anfíbios de difícil observação no ambiente. Uma metodologia já utilizada para a pesquisa agrícola de microorganismos no solo e agora aplicada com vertebrados.

A forma como a evolução é abordada em diferentes museus de História Natural ao redor do mundo é o foco da pesquisa retratada no artigo “Museus em evolução”. A Sistemática Filogenética foi a escolha metodológica inovadora para a análise das exposições e das relações entre as abordagens escolhidas pelos museus.

Também nesta edição, continuamos a acompanhar os trabalhos de pesquisa realizados na Bacia do Rio Doce pelo grupo Giaia e os planos para 2017 e para o futuro da região. Esses planos incluem não só a consolidação das pesquisas realizadas até agora como a implementação do monitoramento automático da água na região e uma base de estudos voltada também para a experimentação de técnicas de restauração, usos sustentáveis do ambiente e alternativas econômicas.

No cenário internacional, apresentamos os avanços do diálogo entre conservação e alternativas econômicas, foco da COP 13, realizada em Cancún. No artigo “Conferência da ONU sobre Biodiversidade busca ampliar o diálogo com setores produtivos”, trazemos algumas das discussões acerca da integração da conservação com setores produtivos, biologia sintética, questões indígenas, balanço das metas de Aichi e suas interfaces com a pesquisa em biodiversidade.

Ainda neste caminho, fica o convite para o evento “Biodiversidade e serviços ecossistêmicos: a interface entre ciência e política” que acontecerá dia 21 de fevereiro no auditório da Fapesp. O objetivo será discutir os dois primeiros diagnósticos feitos pela IPBES e lançar a Plataforma Brasileira sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos – BPBES, cuja missão é produzir o primeiro Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

Bom 2017!

 

Por Érica Speglich e Paula Drummond de Castro