No dia 21 de junho de 2022 foram anunciados os vencedores da quarta edição do prêmio MapBiomas. Entre eles, dois pesquisadores do Programa Biota/Fapesp: Patrícia Ruggiero (IB/USP) e Alexandre Bomfim Carmo (UFSCar).
O projeto MapBiomas é uma iniciativa do Observatório do Clima co-criada e desenvolvida por uma rede multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia com o propósito de mapear anualmente a cobertura e uso do solo do Brasil e monitorar as mudanças do território. Tem como objetivo, também, estabelecer uma rede colaborativa de especialistas nos biomas brasileiros para esse mapeamento da cobertura do solo e da sua dinâmica de mudanças. Já o prêmio é uma parceria com o Instituto Ciência Hoje e visa estimular e ampliar aplicações e trabalhos que utilizam dados de qualquer iniciativa, módulo ou produto do MapBiomas, incluindo iniciativas de outros países.
Seis trabalhos foram premiados em quatro categorias: Geral, Jovem, Destaque Aplicações em Políticas Públicas e Destaque Aplicações em Negócios.
Ciclos eleitorais de desmatamento na Mata Atlântica

A pesquisa de Patrícia Ruggiero (juntamente com Alexander Pfaff, Elizabeth Nichols, Marcos Rosa e Jean Paul Metzger) ganhou o segundo lugar na categoria Geral. O estudo analisou 2.253 municípios em 7 estados do sul e sudeste do Brasil no período de 1991 a 2014 e conclui que, em anos de eleição federal e estadual, 3.652 hectares são desmatados a mais do que em anos não eleitorais. Já um ano eleitoral municipal tem um aumento de 4.409 hectares de área desmatada na comparação com anos não eleitorais. A média da área total desmatada por ano na região da Mata Atlântica é de 136.486 hectares. O efeito averiguado pelos pesquisadores é considerado pequeno, porém relevante, visto que pode anular os ganhos construídos por políticas e ações de preservação e restauração realizadas ao longo de outros anos. É importante destacar que artigo é o primeiro sobre a temática a ser publicado numa revista acadêmica voltada para a pesquisa em conservação ambiental. Mais detalhes na notícia Sobre as relações entre eleições e desmatamento na Mata Atlântica.
Veja mais detalhes sobre o trabalho no vídeo elaborado pela equipe do MapBiomas: https://youtu.be/4hYJ3of0ui8
Zonas de Amortecimento das Unidades de Conservação de São Paulo


A pesquisa de Alexandre Bomfim Carmo ganhou o primeiro lugar na categoria jovem. O trabalho, realizado juntamente com Paulo Guilherme Molin e Felipe Gavioli, se debruça sobre as Zonas de Amortecimento das Unidades de Conservação (UCs) de São Paulo. As Zonas de Amortecimento são áreas ao redor das UCs em que o uso e ocupação do solo podem sofrer restrições específicas para minimizar o impactos negativos na unidade. A pesquisa faz uma avaliação quantitativa e qualitativa do estado de conservação das Zonas de Amortecimento e como evoluíram em relação a sua cobertura de vegetação nativa. A partir dessas análises, 33 Zonas de Amortecimento foram classificadas como Alta Conservação, 18 como Média Conservação e 34 como Baixa Conservação, sendo que a totalidade das Zonas categorizadas como em Alta Conservação estão no bioma Mata Atlântica. Os resultados deste trabalho podem auxiliar nas tomadas de decisões e em políticas públicas que envolvam o plano de manejo das Zonas de Amortecimento das UCs do Estado de São Paulo. Confira o trabalho completo aqui. A pesquisa faz parte do projeto NewFor, financiado na parceria NWO/Biota.
Veja mais detalhes sobre o trabalho no vídeo elaborado pela equipe do MapBiomas: https://youtu.be/IK0b6dwkGsI