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FAPESP reforça na COP28 coalizão para criar novo órgão internacional para proteção do oceano

International Panel for Ocean Sustainability terá a missão de subsidiar a tomada de decisões políticas em defesa dos oceanos com base em informações científicas

Fernando Menezes, diretor Administrativo, apresentou iniciativas da FAPESP em pesquisas sobre oceanos, biodiversidade e bioenergia no painel de discussão sobre a coalização científica durante a COP28, em Dubai (foto: reprodução/Ocean Pavillion)

Elton Alisson | Agência FAPESP – Representantes da FAPESP e de outras instituições internacionais relacionadas à pesquisa e ao fomento à pesquisa oceânica se reuniram durante a 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas (COP28), que terminou na quarta-feira (13/12) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de fortalecer uma coalizão científica em favor da criação de um painel científico internacional para subsidiar decisões políticas em defesa do oceano.

A expectativa da coalizão, formada em abril deste ano em reunião ocorrida em Bruxelas (Bélgica), é de que o International Panel for Ocean Sustainability (Ipos), como deverá ser chamado, seja oficializado na próxima Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (Unoc), que acontecerá em Nice (França), em 2025 (leia mais em https://agencia.fapesp.br/41625).

“A ideia é que o Ipos seja uma espécie de centro de inteligência, de essência científica, mas que traduza a informação científica para a tomada de decisão política. O objetivo prioritário, portanto, não será a criação de espaço para que cientistas falem para os seus pares, mas notadamente para agentes que tomarão as decisões políticas em âmbito mundial”, explica Fernando Menezes, diretor administrativo da FAPESP e representante da Fundação na coalizão científica.

Subscreveram a declaração do lançamento da coalizão, capitaneada pelo Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, França), a FAPESP, Woods Hole Oceanografic Institution (WHOI), dos Estados Unidos, Alfred Wegener Institute for Polar and Marine Research, Centre Scientifique de Monaco, Academia Europeia de Ciências, Geomar Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel, Institut Français de Recherche pour l’Exploitation de la Mer (Ifremer), Institut de l’Océan de l’Alliance Sorbonne Université, Mare, Mercator Ocean International, Muséum national d’Histoire naturelle, Universitat Autònoma de Barcelona, Université de Bretagne, Universidade dos Açores e a Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano (USP/IEA/IO-USP).

Além de Menezes, participaram do painel de discussão sobre a coalização científica durante a COP28 o presidente do CNRS, Antoine Petit; Peter de Menocal, presidente da WHOI; Toste Tanhua, pesquisador do Geomar Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel; e Françoise Gaill, presidente da Ocean Sustainability Foundation.

Outras questões tratadas durante o painel foram como aumentar o impacto de decisões políticas relacionadas ao oceano com o uso de informações científicas baseadas em evidências nas negociações de políticas globais e a necessidade de promover sinergias entre países para aumentar a escala de financiamento à pesquisa oceânica.

“Durante o painel, os representantes das instituições participantes tiveram a oportunidade de mostrar suas iniciativas e experiência para transformar a ciência em decisão política, a exemplo do programa BIOTA, da FAPESP”, diz Menezes.

A FAPESP e a Universidade de São Paulo (USP), representada por Alexander Turra, professor do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (IO-USP), organizaram um segundo painel voltado a discutir formas de promover uma agenda transdisciplinar de ciência e ação para sustentabilidade dos oceanos no Sul Global.

Uma das questões apontadas pelos participantes é que ainda existem lacunas científicas que impedem ações para promover a transição para um oceano sustentável, especialmente para os países do Sul Global.

“O encontro buscou fortalecer a agenda de oceano dentro da pauta climática e, em especial, a importância da ciência oceânica e seu desenvolvimento no Sul Global. Trouxemos diversos atores que têm atuado na produção científica ou no incentivo à produção científica no Sul Global de forma a criarmos cada vez mais mecanismos e fortalecê-los, de modo que consigamos produzir a ciência necessária para o oceano que precisamos para o futuro do planeta que queremos”, disse Turra à Agência FAPESP.

Ocean Pavilion

Os dois painéis com a participação da FAPESP aconteceram nas dependências do Ocean Pavilion, uma iniciativa dedicada a aumentar a visibilidade dos oceanos e a mostrar por que eles são importantes para as negociações climáticas e para toda a vida no planeta.

Organizado pela WHOI e pela Instituição Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia em San Diego, ambas dos Estados Unidos, o pavilhão abrigou ao longo das duas semanas da conferência mais de 80 eventos, reuniões e uma série de discussões aprofundadas sobre temas como elevação dos oceanos, clima e vida no oceano, economia azul e finanças (leia mais em https://agencia.fapesp.br/50173).

Durante o evento foi exibido um vídeo com duração de cinco minutos sobre a pesquisa em oceanografia em São Paulo. Produzido pela gerência de comunicação da FAPESP, o vídeo conta com depoimentos de Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, e Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP, que falam sobre o papel desempenhado pelas duas instituições no fomento à pesquisa oceânica no Estado.

O vídeo também exibe imagens da série jornalística Diário de Bordo, produzida pela Agência FAPESP, que narra a expedição oceanográfica Amaryllis, realizada por pesquisadores do Brasil e da França a bordo de um dos maiores navios de pesquisa do mundo, o Marion Dufresne (leia mais em https://agencia.fapesp.br/41719).  Os sete episódios da série Diário de Bordo estão disponíveis no canal da Agência FAPESP no YouTube.

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