O Relatório de avaliação do período 2017-2024 ressalta a capacidade de adaptação, resiliência e inovação do Programa de biodiversidade da Fapesp
O Programa Biota/Fapesp tem, desde sua criação em 1999, um sistema de avaliação externa chamado Scientific Advisory Committee (SAC) que analisa o andamento do Programa e emite recomendações para seu aprimoramento contínuo (para mais detalhes sobre o funcionamento do Comitê, veja a reportagem “Entenda as avaliações do Programa Biota/Fapesp”). O relatório da avaliação realizada durante o X Simpósio e Reunião de Avaliação ocorrido no início de 2024 já está disponível para consulta no site do Biota.
Este ano participaram do Comitê a pesquisadora Ana Carnaval, do City College of New York (USA) e Rui Pedrosa, do Instituto Politécnico de Leiria (Portugal). O Programa foi avaliado a partir de documentos enviados ao Comitê, em especial o Plano Biota 2030, dados sobre o andamento dos projetos como número de bolsas, publicações e índices de impacto e a participação presencial no Simpósio e Reunião de Avaliação.
Para os avaliadores “ficou absolutamente claro que a qualidade da ciência, do treinamento e da divulgação possibilitada pelo Programa Biota/Fapesp continua a ser de ponta: o Programa continua a ser uma referência e um modelo no Brasil e no exterior. Dado esse sucesso, argumentamos que o Programa deve ser mantido e reforçado. Em primeiro lugar, o Programa é essencial se o Estado de São Paulo e o Brasil quiserem atender às necessidades urgentes impostas pelas atuais crises climática e ambiental e pela perda de biodiversidade observada em nível local, regional e global. Em segundo lugar, os resultados alcançados até o momento, a evolução contínua do Programa e seus múltiplos pontos fortes demonstram um alto retorno sobre o investimento”.
Entre os pontos fortes citados está a capacidade de adaptação e resiliência do Programa com uma contínua inovação para atender às novas demandas da pesquisa em biodiversidade, desde a construção e aprimoramento do Sistema de Informação Ambiental (SinBiota) e a implementação da Rede BIOprospecTA passando pelo estabelecimento de parceiras nacionais e internacionais, a iniciativa dos Webinars Biota+20 em resposta ao distanciamento social imposto pela pandemia da COVID-19 e a co-construção do Plano Estratégico BIOTA 2030 que, na palavra dos avaliadores “coloca a FAPESP na vanguarda do financiamento da pesquisa em biodiversidade, em nível global”.
A diversidade e riqueza dos projetos que compõem o Programa não passou despercebida aos olhos do Comitê, assim como o sentimento de pertencimento de toda a comunidade ao Programa: “existe uma verdadeira “família BIOTA”, uma comunidade que admira e quer continuar participando do programa e ajudando a expandi-lo”, destacam os avaliadores.
Entre as recomendações para os desafios identificados pelos avaliadores estão o investimento de tempo e esforços para medir e relatar com precisão os resultados do Programa que, no momento, são sub-representados e a necessidade de maior divulgação do Plano Biota 2030 dentro da comunidade do Programa para promover maior esclarecimento a respeito de seus eixos e definições. A coleta e a análise de dados que descrevam a distribuição geográfica, racial e de gênero e a representação institucional dentro do Programa, tanto no momento da apresentação da proposta quanto após o processo de seleção foi outro ponto levantado pelos avaliadores, assim como a necessidade de montar paineis de avaliação compostos por um conjunto diversificado de cientistas que representem os vários eixos e campos abordados pelas propostas.
Acesse aqui o relatório completo de avaliação: https://www.biota.org.br/biotafapesp/sobre-o-programa/scientific-advisory-committee/