Foi lançado na última quinta feira, dia 16 de março, o livro “Educação Ambiental em Unidades de Conservação: fundamentos e práticas”. A obra reúne experiências e resultados de um projeto que investigou planos e práticas de Educação Ambiental em quatro Unidades de Conservação (UC) do estado de São Paulo. Um dos aspectos mais relevantes do projeto foi sua abordagem que colocou a participação social e o diálogo no centro das atividades realizadas, envolvendo diferentes atores sociais: comunidade local, pesquisadores e gestores dos territórios estudados, que atuaram conjuntamente na construção e investigação de propostas educativas voltadas à biodiversidade e sociodiversidade nas UCs.
A pesquisa, coordenada por Rosana Louro Ferreira Silva, coordenadora do GPEAFE – Grupo de pesquisa em Educação ambiental e formação de educadores, do departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da USP, fez parte da chamada de propostas “Conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade em UC”, fruto do convênio entre a FAPESP (no âmbito do Programa Biota), a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL) e a Fundação Florestal do Estado de São Paulo. Um dos objetivos centrais deste convênio é a produção de análises e experiências que auxiliem na implementação, ampliação e monitoramento de políticas inovadoras para a gestão de UCs.
Para Jean Paul Metzger, da coordenação do Programa Biota/Fapesp, é importante ressaltar que essas análises e experiências não devem ser produzidas pelos pesquisadores de forma isolada, “é a parceria e o diálogo entre pesquisadores, educadores e gestores das UCs que vai resultar na produção de conhecimentos com grande impacto para a conservação da biodiversidade”.
“Desejo que possamos produzir cada vez mais conteúdos em parceria entre a SEMIL e as Universidades”, destacou Jônatas Souza da Trindade, Subsecretário de Meio Ambiente do estado de São Paulo, “este livro traz os resultados de um trabalho de qualidade, com o envolvimento dos gestores das UCs e com potencial de mudança e é isso que faz diferença na vida das pessoas”.
A pesquisa foi realizada em quatro UCs com demandas e realidades distintas: Parque Estadual (PE) do Jaraguá, Área de Proteção Ambiental (APA) Parque e Fazenda do Carmo, Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar e APA Corumbataí/Piracicaba. Rosana Silva destaca o referencial teórico da aprendizagem social para a pesquisa realizada. “Nós trabalhamos com a perspectiva de que aprendemos e produzimos conhecimentos coletivamente, planejando, agindo, refletindo e replanejando juntos. E pesquisamos os processos de comunicação, negociação, reflexão e participação que aconteceram nestes caminhos”, explica a pesquisadora.
O livro é dividido em 8 capítulos que trazem as diferentes propostas de trabalho realizadas, sempre adaptadas às características específicas de cada território, como a construção colaborativa de cursos de formação de professores, juntamente com monitores e gestores das UC, a implantação do Programa de Educação Ambiental da APA Corumbataí Piracicaba, um projeto de educomunicação que produziu quatro vídeos, sendo inclusive um com jovens indígenas que vivem no entorno do Parque Estadual do Jaraguá, além de diversas atividades do projeto de ciência cidadã com Abelhas Nativas na APA Carmo e do PE Jaraguá.
Além de consolidar os resultados do projeto, a publicação do livro também alimenta o potencial de replicação dessas práticas em outras áreas protegidas. “Entendemos que a pesquisa traz subsídios para outras UCs aprimorarem seus planos de educação Aambiental e implementarem ou replicarem a formação de monitores e professores, envolvendo a comunidade local de acordo com a realidade de cada UC, utilizando ferramentas de aprendizagem social e educomunicação”, destaca Rosana Silva.
Para Adriana Neves da Silva, assessora de Educação Ambiental da Fundação Florestal, que participou de todo o processo, a parceria entre pesquisa e Unidades de Conservação potencializa a gestão desses territórios. “Especialmente neste momento em que temos um Programa de Educação Ambiental Estadual sendo construído, é de extrema importância termos essa pesquisa participativa com o desafio de olhar e pensar a educação ambiental como um componente de destaque dentro da gestão das UCs”, analisa Adriana Silva.
O livro pode ser baixado gratuitamente em aqui.
